ORPLANA pede urgência na melhora da precificação da cana
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ORPLANA pede urgência na melhora da precificação da cana

Falta de revisão no sistema Consecana tem desestimulado produtores e causado perdas. Consecana São Paulo é o que pior remunera 

RIBEIRÃO PRETO, Brasil , 15 de setembro de 2023 /PRNewswire/ -- Uma reivindicação antiga e embasada na revisão efetiva nos produtos vendidos pelos produtores de cana tem feito parte da luta da ORPLANA - Organização das Associações de Produtores de Cana do Brasil, em defesa dos direitos dos produtores do setor.

O principal pedido é por uma melhor precificação da cana por parte do Consecana (Conselho de Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Etanol do Estado de São Paulo), já que o valor pago atualmente – US$ 26 por tonelada - fica aquém dos custos de produção e está na retaguarda da tabela mundial.

No mundo, os Estados Unidos é o país que melhor remunera os produtores de cana-de-açúcar ao pagar US$ 41,30 por tonelada; a Turquia aparece em segundo lugar com o valor de US$ 41,10. Já o Brasil aparece com precificações diferentes conforme o Estado, sendo que o Consecana de Pernambuco é que melhor valor paga - US$ 38,34 - por tonelada de cana, com os efeitos do açúcar.

"É crucial que a metodologia seja revisada. Outras culturas como soja, amendoim e milho estão tendo rendimentos melhores. Enquanto a cana, no modelo Consecana, tem resultado em déficit para o produtor, a soja e amendoim têm um resultado melhor. Infelizmente alguns dos produtores não computam todos os custos envolvidos na atividade e irão perceber depois o impacto em seu negócio", argumenta o CEO da ORPLANA, José Guilherme Nogueira .

De acordo com Nogueira, um estudo foi realizado junto com várias associações mundiais de produção de cana dentro do Congresso Internacional WABCG (Associação Mundial de Produtores de Cana e Beterraba Açucareira), realizado em Cali , na Colômbia, em junho deste ano. "Conseguimos várias informações relevantes mostrando como se paga a cana no mundo. Agora precisamos avançar e conseguir resultados satisfatórios no Brasil", detalha o CEO, que calcula que a defasagem esteja próxima de um reajuste de 25% a 30% do valor pago atualmente.

Com isso, a ORPLANA defende que medidas para apresentação de uma nova precificação da cana se mostram urgentes. "As usinas têm conseguido estar bem remuneradas e com incentivos fiscais ou regulatórios que não participam dentro do modelo e a ORPLANA observa o preço da cana ao redor do mundo. Os Estados Unidos lideram e remuneram inclusive o bagaço. Infelizmente, o nosso modelo ainda é inferior", lamenta.

Indignação no setor

A defasagem entre os custos de produção estimados pelo conselho e os custos sentidos pelos produtores é comprovada. Assim, segundo a ORPLANA, a revisão dos parâmetros técnicos e econômicos que resultam em uma nova precificação de cana se mostram urgente. "A tabela mostra claramente a defasagem que os produtores têm no Consecana. Por isso, estamos lutando para melhores remunerações", rebate Nogueira.

O representante da organização lembra também do encerramento do prazo para revisão dos dados técnicos e econômicos e apresentação desses resultados, que segundo regulamento do próprio Consecana deveria acontecer a cada cinco anos. A última foi em 2018.

Sem as correções necessárias e que atendem às altas registradas no mercado, a ORPLANA reforça o sentimento dos produtores de cana-de-açúcar: indignação. Ainda de acordo com o CEO, há a migração para outras culturas consideradas mais rentáveis. "Não é natural em uma cadeia produtiva que um elo cresça e outro caia, como está acontecendo com os produtores de cana", revela o CEO.

Foto - https://mma.prnewswire.com/media/2212401/ORPLANA.jpg

FONTE ORPLANA

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