Estudo foi realizado pelo Instituto Livre Pra Escolher ouviu mais de 1,8 mil pessoas em todo país no primeiro trimestre de 2023
SÃO PAULO , 5 de julho de 2023 /PRNewswire/ -- Para checar se a realidade corresponde à visão de que as famílias com baixo poder aquisitivo teriam dificuldades ou seriam incapazes de escolher uma escola adequada para os seus filhos, o Instituto Livre Pra Escolher , em parceria com a consultoria IDados , realizou um estudo para analisar as preferências, prioridades e escolhas das famílias.
A pesquisa foi realizada no primeiro trimestre de 2023 e ouviu mais de 1800 pessoas de todo o país. A amostra contém pais de todas as grandes regiões, das capitais e do interior, de diversas faixas etárias, escolaridade, com filhos de zero a 17 anos, e renda mensal de R$ 5.001 a R$ 10.001 (22,6%) e de R$ 1.000 a R$ 5.000 (77,4%).
As preferências dos pais e mães ouvidos pela pesquisa foram divididas em três temas: o primeiro diz respeito ao desejo deles quanto aos objetivos e metas que gostariam que os filhos alcançassem ao longo da trajetória escolar visando o sucesso no futuro. O segundo, diz respeito às características de uma escola ideal que os pais gostariam que os filhos frequentassem, e o terceiro diz respeito aos meios para serem bem-sucedidos.
Anamaria Camargo , diretora executiva do LPE, explica que o estudo mostra que as considerações dos pais quanto à escolha da escola vão além de resultados em exames. Elas incluem clima escolar, segurança, suporte aos alunos com dificuldade, valores da escola, juntamente com uma série de outras preocupações e, segundo ela, "considerando as muitas convergências nas preferências de pais e mães, independentemente do nível socioeconômico, se houver a possibilidade de escolha, através de vouchers, por exemplo, os dois grupos pesquisados tenderão a fazer basicamente as mesmas escolhas".
Exemplo disso é que ambos valorizaram, em primeiro lugar, as habilidades socioemocionais associadas a interações sociais, como desenvolver habilidades sociais (como empatia, cooperação e respeito) e aprender a trabalhar com pessoas diferentes em termos de raça, nível social e religião.
"Isso mostra que os pais têm a percepção de que as chances de realização pessoal e profissional de seus filhos dependerão da qualidade das relações que eles serão capazes de estabelecer com pessoas diversas. Além disso, outra possibilidade sobre as razões pelas quais se preocupam com essas habilidades socioemocionais é o crescente número de episódios de violência nas escolas, principalmente nas escolas públicas. Eles não querem que seus filhos sejam protagonistas ou vítimas de atos de violência", avalia.
Escola ideal
Sobre as características da escola ideal e seus objetivos, 44% dos pais NSE baixo e 39,6% dos pais com NSE alto apontaram que a prioridade seria o ensino de uma profissão, com aulas práticas para o mercado de trabalho. As demais famílias priorizam o ensino mais acadêmico. Veja outros resultados:
Foco/prioridade do ensino: as famílias preferem matérias ou aulas que tratem de cidadania, liderança e diversidade (45,5% NSE baixo e 33% NSE alto) e que tratem de ciência e tecnologia (38,4% NSE baixo e 58% NSE alto).
Estratégias: em relação às estratégias diretas, indiretas e de apoio ao ensino, a pesquisa mostra que os pais e mães dos dois grupos acreditam que a prioridade da escola deveria ser o ensino baseado em projetos, com aulas práticas e ensino reforçado de matemática e português. Além disso quase metade deles prefere aulas em tempo integral frente à lição de casa com frequência e uso de tecnologia em sala de aula.
Embora quase metade dos pais escolha aulas em tempo integral como estratégia de ensino, há divergências quanto às estratégias de apoio ao ensino. Para 48,1% dos de baixo NSE, uma escola ideal oferece reforço para alunos com dificuldade. Já para 42,8% dos pais de NSE alto, as estratégias de apoio ao ensino preferidas são 'Atividades extracurriculares, como esporte, teatro, ações comunitárias'.
Formação para a vida: um expressivo percentual de pais e mães de ambos os grupos (53% de NSE baixo e 50,8% de NSE alto) defende que a escola ideal deve contribuir para a formação de caráter, ética e/ou moral dos alunos. O segundo item mais votado pelos pais (39,4% de baixo NSE e 40,8% de alto NSE) foi 'Trabalhar habilidades como pontualidade, organização e responsabilidade'.
"Se somarmos o percentual dos que escolheram esse item com o dos que escolheram 'Contribuir para a formação de caráter, ética e/ou moral dos alunos', teremos que 92,4% dos pais de NSE baixo e 91,6% dos de NSE alto convergem na escolha por uma escola mais disciplinadora", explica Anamaria.
Meios para serem bem-sucedidos
A pesquisa também perguntou aos pais quais fatores poderiam influenciar seus filhos a serem bem-sucedidos na escola e no futuro. O fator mais determinante são os professores (55,4% NSE baixo e 67,1% NSE alto), seguido do esforço do aluno (49,7% NSE baixo e 52,2% NSE alto) e do envolvimento das famílias (51,2% NSE baixo e 49,6% NSE alto).
A diretora executiva do LPE, afirma que a perspectiva simplista de uma sociedade binária em que, para sobreviver, um grupo precisa vencer o outro, não é compartilhada por pais e mães, qualquer que seja o nível socioeconômico. "Os pais e mães que desejam que seus filhos respeitem, tenham empatia e trabalhem bem com pessoas diversas são os mesmos que desejam uma escola ordeira, segura e que promova a formação ética e moral do caráter. São os mesmos que desejam uma escola disciplinadora e que ensine resiliência aos estudantes. São os mesmos que querem uma escola que apoie seus filhos que ficaram para trás no que precisam aprender para chegar a uma faculdade. São os mesmos que desejam que seus filhos tenham orgulho da sua diversidade e alta autoestima para buscar aprender sempre mais", finaliza.
O estudo completo sobre Preferências, prioridades e escolhas - O que os pais pensam sobre educação e o futuro de seus filhos está disponível no site do Instituto - https://livrepraescolher.org.br .
Sobre o LPE
O Instituto Livre para Escolher é uma organização dedicada a fomentar a liberdade de escolha educacional no Brasil, por meio da promoção do empreendedorismo e de políticas públicas que favoreçam a autonomia das famílias na escolha e no acesso ao provedor educacional que melhor atenda às necessidades de seus filhos, levando em consideração o princípio de que o estudante é o centro do processo educacional.
Foto - https://mma.prnewswire.com/media/2147503/Anamaria_Camargo.jpg
FONTE Instituto Livre Pra Escolher