SÃO PAULO, 10 de dezembro de 2021 /PRNewswire/ -- A direção do Copom, em sua última reunião ocorrida nos dias 07 e 08 de dezembro, decidiu por unanimidade elevar a taxa Selic de 7,75% para 9,25% a.a.
Este é o sétimo aumento consecutivo, no entanto, desta magnitude esta foi a segunda consecutiva, numa sequência rara só ocorrida em maior proporção entre o período de fins de 2002 e início de 2003, quando em poucos meses a taxa Selic fora elevada de 18,0% para 26,5% ao ano.
Decerto, o IPCA acumulado em 12 meses de outubro atingiu a variação de 10,67%, distanciando-se ainda mais do teto da meta. É por tal motivo que o Comitê foi bem enfático ao descrever a conjuntura nacional da seguinte forma: "As diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação" no referido comunicado.
Mais ainda, tal elevação além ser um impulso monetário contensionista, visa também recompor o prêmio dos títulos públicos (remuneração) ao nível do crescente risco institucional provocado pelas recentes flexibilizações das regras dos gastos públicos (conhecida como Lei do Teto de Gastos ):
Apesar do desempenho mais positivo das contas públicas, o Comitê avalia que questionamentos em relação ao arcabouço fiscal elevam o risco de desancoragem das expectativas de inflação, mantendo a assimetria altista no balanço de riscos. Isso implica maior probabilidade de trajetórias para inflação acima do projetado de acordo com o cenário básico.
Desde o anúncio da flexibilização das regras de gasto, quase que a totalidade dos agentes e analistas econômicos (dentre os quais a Lafis se encontra) reagiu de maneira extremamente negativa, avaliando que a percepção de risco fiscal se elevara consideravelmente, além da probabilidade de aceleração inflacionária dado a expansão de gastos públicos acima do anteriormente previsto.
Assim a elevação da Selic se dá como uma forma de atrair investidores aos papéis nacionais, buscando assim frear o ritmo de desvalorização cambial e seus efeitos perversos nos preços internos (hoje, grande parcela da inflação provém de efeitos cambiais nos preços de itens muito importantes) como gasolina, diversos produtos importados, bem como uma gama enorme de bens e serviços.
Projeção: Tal alta de 1,50%, além do prévio anunciou de uma elevação de igual magnitude já na próxima reunião do Comitê dá indícios de que a Selic passo terminar o ano de 2022 em 12,25% demonstrando que o aperto monetário se acirrará mais ainda o ano que vem.
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FONTE Osmar Sanches