SÃO PAULO , 3 de dezembro de 2021 /PRNewswire/ -- As companhias Celesc, EDP e Elektro foram as que mais se destacaram na mais recente versão do Índice de Empatia ESG®, idealizado pela consultoria Imagem Corporativa e desenvolvido em parceria com a Cognitive Media Science, e que desta vez focalizou o setor elétrico. O Índice analisou informações sobre ESG compartilhadas no mercado por doze das principais distribuidoras de energia do país entre agosto de 2020 e novembro de 2021, bem como o grau de receptividade que alcançaram. Além das três empresas que lideraram o ranking, também foram analisadas Enel, Light, Copel, Cemig, RGE, CPFL Energia, Coelba, Equatorial Energia e Celpe.
Apesar de um gradativo avanço dos principais players no compartilhamento de sua visão e compromissos corporativos, o estudo destaca existir ainda um espaço considerável a ser ocupado por empresas do setor elétrico quando se trata de conexão com stakeholders acerca dos temas ESG de forma mais ampla.
O Índice de Empatia ESG® captura a percepção do mercado em relação a quatro macro-temas:
- Meio ambiente/Sustentabilidade
- Responsabilidade Social
- Governança
- Saúde
O tema Saúde normalmente é incluído no pilar Responsabilidade Social, mas ganhou uma leitura à parte devido ao interesse especial dos consumidores durante a pandemia. O trabalho mostrou que, de um universo de 160 milhões de internautas do país, 24 milhões se interessam de alguma forma por questões específicas relacionadas ao setor elétrico (que podem variar de fontes alternativas de energia ao preço da conta de luz). Deste grupo mais restrito, 92% também se interessam por saúde; 50% por responsabilidade social; 50% por sustentabilidade; 6% por governança. Portanto, a abordagem usada na temática ESG mostrou-se um bom termômetro no nível de empatia da comunicação entre as organizações analisadas e seus públicos de interesse.
COP26 recebe poucas menções
A sigla ESG e os conceitos que ela representa ganharam maior visibilidade durante os meses de outubro e novembro em função da realização da COP26 em Glasgow . Porém, as distribuidoras do setor elétrico apresentaram uma agenda de comunicação limitada nesta frente. Analisando os perfis destas empresas em redes sociais como LinkedIn e Instagram, percebe-se que sete das doze organizações focalizadas pelo índice de Empatia ESG não mencionaram o encontro de Glasgow em suas redes proprietárias. As demais empresas fizeram ao menos uma referência à COP26 e/ou à presença de seus representantes no evento da ONU.
As empresas foram analisadas de acordo com duas variáveis: Empatia com o Consumidor (percepção gerada) e nível de maturidade e envolvimento com ESG (transparência que revela ações e iniciativas concretas já em andamento). Elas foram classificadas em quatro quadrantes:
- Iniciantes: distribuidoras que estão na fase inicial de implementação do ESG e da comunicação com os stakeholders acerca dos temas nesse campo.
- Divulgadores: empresas com nível consistente de divulgação de seus compromissos, mas que ainda não possuem um conjunto robusto de ações ESG
- Discreto s: organizações que já contam com um conjunto robusto de iniciativas ESG, mas ainda não conseguiram transferir esses atributos a favor de sua imagem, uma vez que essa condição não é percebida publicamente
- Referências ESG: empresas que revelam entender as expectativas de seus públicos em relação a temática ESG e que, graças a um conjunto amplo de ações e iniciativas nesse campo, conseguem criar processos de comunicação com credibilidade. Tudo isso lhes confere um status diferenciado, de quem alcançou condição de referência setorial.
Já o item Empatia com o Consumidor na amostra com as doze empresas foi analisado por meio de três pilares de comunicação:
- mídia própria (domínios da empresa)
- imprensa (noticiário de forma geral)
- saudabilidade (análise de sentimentos de posts nas redes sociais)
Os pesquisadores avaliaram a quantidade e a qualidade dos conteúdos que mencionaram ESG nesses três pilares. As empresas CELPE, CPFL e RGE concentraram 964 menções a ESG em conteúdos proprietários disponibilizados por meio de textos apoiados por algum nível de recursos visuais. Já EDP, Elektro e Enel conseguiram boa visibilidade na imprensa, com destaques para notícias que mostraram ações concretas de responsabilidade social.
Os efeitos da pandemia
De forma geral, a pandemia levou as distribuidoras de energia a criar algum tipo de iniciativa específica para mostrar solidariedade ou apoio a grupos sociais ou comunidades de suas respectivas áreas de atuação. Isso significou maior transparência e mais amplo potencial de conexão e engajamento com públicos de interesse.
A implementação ESG foi medida por meio de critérios como:
- relatórios para investidores
- estrutura de governança para a sustentabilidade
- presença em indicadores como ISE-B3 e Índice de Carbono Eficiente (ICO2)
Apenas a EDP possui metas no padrão Science Based Targets initiative (SBTi). Em relação ao pilar saudabilidade (sentimentos de posts nas redes sociais), CELESC, EDP e Elektro conseguiram impactar seus públicos de interesse a partir de ações de responsabilidade social tais como doações de kits e refrigeradores para dar suporte à vacinação contra a Covid-19.
Exigências do mercado
Assim como registrado no Índice de Empatia ESG® focado no agronegócio (divulgado em junho 2021), o mercado cobra compromissos claros das empresas do setor elétrico que possuem posição de destaque no segmento. Isso é fácil de entender quando se leva em conta a variável econômica cada vez mais conectada à realidade ESG: investidores do mundo todo acreditam que organizações com compromissos confiáveis nesse campo têm maiores chances de uma previsão de trajetória mais eficaz e de menor risco ( guidelines ambientais e de governança, por exemplo, diminuem o risco de crises e perdas financeiras futuras). Dessa forma, empresas neste patamar usufruem de melhores oportunidades de negócios e parcerias estratégicas, além de condição diferenciada em processos de captação de recursos destinados a expansão de suas atividades.
Entre as distribuidoras de energia analisadas, percebe-se que a maioria ainda aborda a questão climática de maneira limitada. Somente a EDP tem metas aprovadas pela Science Based Targets (SBTi). Cinco das doze empresas analisadas é avaliada pelo Índice de Carbono Eficiente (ICO2) e apenas 15% pela SBTi.
No que se refere ao quesito Governança, apenas cinco empresas da amostra integram o ISE (Índice de Sustentabilidade da B3). Dez distribuidoras disponibilizam relatórios de governança e nove contam com estrutura dedicada a esse fim. Oito possuem programas de diversidade e onze põem em prática monitoramentos e premiações de satisfação dos funcionários.
Na avaliação de Cláudio Oliveira, CEO da Cognitive Media Science, a maioria das empresas possui iniciativas ESG, mas pode comunicar melhor essas ações. "O consumidor quer saber o que as empresas têm feito, com especial sensibilidade para os temas Saúde e Sustentabilidade".
De acordo com Ciro Dias Reis , presidente da consultoria Imagem Corporativa, por ser o setor elétrico estratégico no contexto de redução de emissões, é fundamental entender como esse setor se comunica. "Um diagnóstico como esse, baseado em um cruzamento complexo de tantos dados, possibilita às empresas aferir o grau de sintonia entre sua jornada ESG e as expectativas de seus stakeholders. Dessa forma fica mais fácil realizar uma eventual correção de rota, posturas e até mesmo estratégias", afirma Ciro Dias Reis.
O Índice de Empatia ESG® leva em conta o sentimento de diferentes elos do mercado em relação a compromissos expressos pelas empresas. Permite também identificar a associação (suposta ou real) percebida das marcas em relação a variáveis como: proteção ambiental; gestão de recursos naturais; condições de trabalho; diversidade e inclusão; cuidados com colaboradores na proteção contra o novo coronavírus. Em junho deste ano, a Imagem Corporativa e a Cognitive divulgaram o Índice de Empatia ESG® (setorial Agronegócio), que teve as empresas Amaggi, JBS e Minerva como destaque.
Informações à Imprensa
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FONTE Imagem Corporativa