SÃO PAULO, 4 de outubro de 2021 /PRNewswire/ -- A Ecogen, fornecedora de soluções integradas em energia e utilidades do grupo japonês Mitsui, adquiriu 50% da Brasil GTW, empresa nacional que detém tecnologia inovadora de geração de eletricidade a partir de gás natural associado de poços de petróleo onshore.
A solução – batizada de Gas to Wire – resolve um sério problema ambiental. Isso porque os gases brutos que saem junto com a extração de petróleo onshore são, em parte, emitidos pelos produtores sem tratamento para a atmosfera e, em outra parte, apenas queimados de forma simplista, em flare s, ambas alternativas ineficientes e não amigáveis ao meio ambiente. Não custa lembrar que o metano, entre outros contaminantes contidos nos gases, é considerado um dos piores gases do efeito estufa.
Com a tecnologia criada pela Brasil GTW, startup fundada em 2014 por um grupo de pesquisadores e especialistas em energia, uma pequena central termelétrica (PCT) tem a capacidade de processar, com um tratamento simplificado, esses gases residuais com alto grau de contaminantes e poder calorífico elevado, que são utilizados para gerar energia elétrica. Trata-se de feito pioneiro no país, com tecnologia inteiramente nacional, cuja eletricidade gerada tem uso imediato nas demandas energéticas dos poços.
"A tecnologia da Brasil GTW vem ao encontro da estratégia da Ecogen de ampliar o portfólio de soluções sustentáveis de geração de energia com o benefício da descarbonização, ao mesmo tempo em que atende a agenda de ESG do mercado", disse o CEO da Ecogen, Luiz Cabral . O executivo ressalta ainda o momento oportuno de contar com mais uma solução inteligente de geração de energia – fornecida em modelo de locação de ativos, sem investimentos dos clientes – em época de crise hídrica e de risco de racionamento.
Sistemas modulares
Para permitir a utilização dos gases, a instalação da PCT conta com skid de processamento responsável pelo tratamento prévio dos gases antes da entrada na câmara de combustão. Após isso, a eletricidade é gerada por motogeradores especialmente desenvolvidos pela Brasil GTW. Os sistemas são modulares, com potência entre 200 kW e 250 kW cada um, a depender do poder calorífico do gás associado, e podem ser configurados com um ou mais módulos, conforme a disponibilidade de gás e a demanda por eletricidade do local.
Segundo o presidente do conselho da Brasil GTW, José Amorim, o trabalho de pesquisa e desenvolvimento do sistema, que levou cerca de três anos, permitiu que a solução, além de 100% nacionalizada, se tornasse flexível para a queima de gases não especificados de qualquer ordem, sob uma faixa de pressão também bastante variável.
No primeiro mercado em desenvolvimento, em poços de petróleo onshore, já foram instalados 35 módulos de geração, com previsão de o número dobrar até o fim de 2021, segundo projeta José Amorim. O desempenho nesse segmento tem sido incentivado pela desmobilização de ativos onshore da Petrobras, que tem se focado na produção offshore e repassado os poços em terra para produtores independentes de petróleo.
O otimismo com o potencial de crescimento nesse segmento, explica Amorim, se baseia na grande aceitação da tecnologia pelos produtores independentes, que buscam modernizar a operação dos poços com a solução.
Além do mérito ambiental de acabar com as emissões, a PCT disponibiliza para os produtores de petróleo eletricidade em regiões afastadas da rede, onde se encontram boa parte dos poços onshore, e permite ainda o aumento de produtividade dos poços. Isso porque as legislações ambientais limitam a produção de petróleo para evitar excesso de emissões do gás natural associado que precisará ser ventilado ou queimado em flare . "Com o aproveitamento e a geração de eletricidade, não há mais essas restrições e os produtores são liberados para elevar a extração de petróleo", disse Amorim.
Outros potenciais
Mas o potencial da tecnologia Gas to Wire , para o executivo da Brasil GTW, não se limita ao aproveitamento do gás natural associado dos poços onshore, considerados gases muito difíceis de operar por conta do alto nível de hidrocarbonetos pesados.
Para ele, há também muito potencial de uso em aplicações em biogás, de todas as matrizes, sejam as provenientes de aterros sanitários, de suinocultura, agroindústria ou de origem rural. "A solução, por ser 100% nacional, é muito competitiva em custo com sistemas concorrentes importados para essas aplicações, além de proporcionar ganho de performance e velocidade no atendimento", disse.
Além das novas aplicações, a inovação brasileira tem potencial para ser internacionalizada. O fato de ter o grupo japonês Mitsui como controlador da Ecogen, com atuação global, facilita a estratégia. "A valorização energética de gases não especificados é uma demanda mundial e a tecnologia que agora temos atende a esse mercado com muita competitividade", finalizou Luiz Cabral .
Sobre a Ecogen
Fundada em 2002 no Brasil e controlada desde 2012 pelo grupo japonês Mitsui, a Ecogen é especializada em soluções integradas em energia e utilidades, o que inclui o desenvolvimento do projeto, a instalação, o gerenciamento a operação e a manutenção de centrais de geração. Originalmente com foco no mercado de cogeração a gás natural, ao longo dos anos a empresa expandiu sua operação, passando a incluir em sua oferta a instalação e operação de sistemas de cogeração a biomassa, biogás, geração de vapor, subestações, sistemas de resfriamento ou ar comprimido. Mais recentemente foram incluídas ainda no portfólio o armazenamento de energia por baterias, a geração solar e a água de reúso. Com operação em todo o país, a empresa investe nos ativos com capital próprio, em modelos que variam entre o BOO (Build, Operate and Own) e o BOT (Build, Operate and Transfer), e firma contratos para receber pelo serviço de fornecimento das utilidades.
Sobre a Brasil GTW
Fundada em 2014, a Brasil GTW nasceu como startup a partir da solução tecnológica de Gas to Wire (gás ao fio) desenvolvida por profissionais com larga experiência em geração de energia elétrica e na produção de petróleo onshore. Após passar por um período de quase três anos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) financiado por investimento-anjo da GPV – Go Pro Venture Holding , fundo que investe em geração de energia distribuída, comercialização de energia e de gases industriais, a Brasil GTW passou a instalar as PCTs (pequenas centrais termelétricas) em poços onshore do país, parte deles com o suporte financeiro da Ecogen, que desde outubro de 2021 passou a deter 50% das cotas da empresa.
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FONTE Ecogen Brasil