SÃO PAULO, 29 de abril de 2021 /PRNewswire/ -- Uma dúvida atormenta a cabeça dos gestores corporativos: estaríamos assistindo ao desaparecimento dos escritórios de empresas tal como os conhecemos hoje? O engenheiro Roberto Miranda de Lima , CEO da Autonomy Investimentos, acredita que esse questionamento foi reforçado pela experiência traumática proporcionada pela maior pandemia deste século, que levou à disseminação do home Office para grande número de corporações. "Uma breve retrospectiva sobre a forma como a arquitetura dos escritórios se transformou ao longo dos últimos séculos pode nos ajudar a compreender que as transformações em curso nesse segmento são mais uma etapa na evolução desses espaços ao longo da história" ressalta o executivo.
Conheça a história da transformação dos escritórios
Século XVI – O escritório e a arte
Na Florença de 1560, o Duque Cosmo
I de Médici encomendou ao arquiteto Giorgio Vasari
um palácio para reunir os escritórios dos 13 magistrados da cidade. Surgia a Galeria degli Uffizi (Galeria dos Escritórios), que, concluída em 1580, se transformou num museu com a mais completa coleção de arte do Renascimento.
Século XIX – O capitalismo avança; surgem os escritórios
Segundo pesquisadores, até 1800 não existia a ideia de escritório como se tornou conhecido a partir do avanço do capitalismo industrial no século XIX. Nas indústrias, o aumento vertiginoso da mão de obra e a invenção do telefone, do telégrafo e da ferrovia, permitindo a comunicação à distância, levaram à construção de prédios específicos, separados das fábricas, para as áreas administrativas e à diretoria. Dados apontam que, entre 1860 e 1920, foram criadas novas profissões especializadas e aumentou a burocracia. A demanda por mão de obra especializada cresceu: nos EUA, o número de pessoas que trabalhavam em escritórios passou de cerca de 750 mil em 1860 para mais de 4 milhões em 1910.
Como decorrência, arquitetos reputados passaram a ser contratados para projetar edifícios modernos, com requisitos estéticos e funcionais que atendessem ao Taylorismo dominante na época – as edificações tinham plantas escalonadas hierarquicamente, com os funcionários subalternos nos andares mais baixos, supervisionados pelas chefias, acima.
1930-1940 – O International Style
Edifícios envidraçados sustentavam-se em estruturas de aço e concreto que, com o avanço do conhecimento de arquitetos e engenheiros de cálculo estrutural, permitiram ampliar a altura dos prédios no início do século XX, com a implantação de plantas livres. Nos anos 1930, arquitetos como Frank Lloyd Wright
, Phillip Johnson
e Mies van der Rohe
, nos Estados Unidos, ajudaram a impulsionar o chamado International Style. As empresas começam a marcar a sua identidade e os edifícios de escritórios são parte dessa busca de valorização da imagem corporativa.
No Brasil, a década de 1930 tem como marco arquitetônico o projeto do prédio do Ministério da Educação e Cultura (MEC), no Rio de Janeiro , desenvolvido pela equipe liderada pelo arquiteto Lúcio Costa e integrada por Carlos Leão, Ernani Vasconcellos, Affonso Eduardo Reidy, com a participação do então estagiário Oscar Niemeyer e do paisagista Roberto Burle Marx. O edifício do MEC, inspirado em traços do arquiteto franco-suíço Le Corbusier , serviria de exemplo para as novas gerações de arquitetos brasileiros, com seus pilotis e planta livre. Em São Paulo, o Edifício Esther é considerado o primeiro prédio moderno da cidade, pioneiro no uso misto – combina unidades residenciais e comerciais na mesma torre, abrigando 103 escritórios, apartamentos simples e dúplex e um restaurante no terraço. Inaugurado em 1938, foi projetado pelos arquitetos Álvaro Vital Brazil e Adhemar Marinho .
1950-1960 – O crescimento econômico do pós-guerra: a individualização do espaço no escritório
O boom econômico pós-Segunda Guerra Mundial estimula o crescimento das cidades e dos escritórios, que também refletem o início da preocupação com a qualidade de vida no trabalho. As empresas adotam as baias, que individualizam a atividade.
1970-1980 – A informatização e a ergonomia
Essa década tem como marco a primeira Reunião sobre o Clima realizada pela ONU em Estocolmo, Suécia, em 1972. Nos edifícios de escritórios, porém, predominavam ainda os prédios com fachadas envidraçadas, que exigiam forte climatização artificial dos ambientes e consumiam enormes recursos naturais em sua construção. Foram também as décadas marcadas pelo início da informatização das empresas e pela preocupação com a ergonomia.
1990-2000 – A era da internet
O surgimento da internet no início dos anos 1990 e os avanços na Tecnologia da Informação (TI) revolucionaram a vida das pessoas e o mundo do trabalho. Com pouquíssimas exceções, os edifícios de escritórios no final do século XX caracterizavam-se no Brasil pela compartimentação, ou seja, mais salas menores por andar, com ar condicionado individualizado, núcleo central reduzido, sem piso elevado e forro acessível, e sem controles inteligentes de elevadores e nem oferta de espaços de convivência e bicicletários, por exemplo. As pessoas, assim, tinham menor interação, com menor qualidade de vida no trabalho e o impacto ambiental era grande, pelo elevado consumo de energia e o estímulo ao transporte individual, que ajudava a aumentar os engarrafamentos, com aumento do tempo despendido no trânsito, e a poluição nas cidades.
2000 – 2010 – O escritório se moderniza
Os melhores edifícios de escritórios passam a adotar conceitos flexíveis, como o core central, banheiros compartilhados, pisos elevados e forros acessíveis e sistemas centralizados. As fachadas recebem vidros de alto desempenho, que oferecem elevado conforto termoacústico, diminuindo a incidência da luz direta e, juntamente com elevadores distribuídos por zonas e com controle inteligente, reduzem o consumo de energia do ar condicionado e no transporte vertical. Os exemplos são os edifícios SP Corporate e a Torre Norte
, ambos em São Paulo.
2010 – 2020 – Impulso à certificação ambiental
Os novos edifícios de escritórios de alto padrão passam a ser projetados e construídos sob a certificação, também no Brasil, de selos de sustentabilidade ambiental – tais como o Leed, o Acqua, o Procel e o Casa Azul, da Caixa Econômica Federal -, que classificam em diferentes níveis a adequação a preceitos ambientais das edificações. Exemplos pioneiros dessa tendência são o Rochaverá Corporate Towers, primeiro LEED Gold do Brasil e desenvolvido pela Autonomy em São Paulo, e o Ventura Corporate, no Rio de Janeiro
.
2020 – 2030 – Tecnologia, sustentabilidade e bem-estar dos usuários
A terceira década do século XXI será marcada por um novo patamar nos melhores edifícios corporativos, que precisarão ser projetados e construídos de acordo com preceitos ainda mais avançados de sustentabilidade, olhando a questão ambiental de um ponto de vista mais amplo, incluindo a saúde e o bem estar das pessoas que os utilizam.
Por um lado, depois de algumas décadas de aumento da densidade populacional dos edifícios iremos viver agora uma reversão desta tendência com os escritórios mais espaçosos e confortáveis. Janelas mais amplas e espaços menos profundos que permitam a todos os usuários o acesso à vista e `a luz natural, sistemas de climatização mais eficientes na filtragem e qualidade do ar e espaços flexíveis que permitam que os usuários encontrem no local de trabalho um espaço de alta produtividade e catalisador da cultura das empresas que os ocupem são apenas alguns dos itens absolutamente necessários para a nova geração de escritórios no mundo. Para tanto, os prédios corporativos terão uma combinação de três novas tecnologias: a internet das coisas, a inteligência artificial e a big data, que juntas irão tornar a experiência do usuário dos edifícios completamente personalizada.
A história nos mostra que a transformação dos escritórios é cíclica e contínua. Os escritórios do futuro serão híbridos, resilientes e sobretudo focado na experiência humana.
Sobre a Autonomy Investimentos
Fundada em 2007 e sediada em São Paulo, a Autonomy Investimentos é uma gestora 100% dedicada ao mercado imobiliário, especializada na aquisição, desenvolvimento, retrofit, e operação de ativos imobiliários localizados nos principais mercados do Brasil. Com R$ 6,1
bilhão de ativos sob gestão, seu objetivo é tornar as cidades mais valiosas para se viver e investir, buscando oportunidades imobiliárias que apresentam maior potencial de geração de valor através de um desenvolvimento responsável. Atualmente, a companhia possui 22 empreendimentos que, juntos, somam 2,0 milhões de m² de área e uma base de mais de 60 excelentes inquilinos. Para mais informações, acesse: www.autonomyinvestimentos.com.br
.
Contato
:
Rodrigo Prada
[email protected]
11 97666 6423
Foto - https://mma.prnewswire.com/media/1499532/foto_rocha.jpg
FONTE Autonomy Investimentos