A pandemia afetou diversos setores e agentes econômicos no Brasil e no mundo. Seguramente um dos mais afetados foi o setor de coworking, que no início do ano previa um crescimento de 30% no Brasil, encolhe violentamente na esteira da crise ensejada pela pandemia.

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Coworking vive crise profunda

Se anos atrás uma crise ajudou a alavancar os coworkings, hoje outro revés econômico coloca à prova o modelo de negócio dessas empresas. A pandemia, que colocou boa parte da força de trabalho em home office na marra, atingiu em cheio os coworkings. Enquanto autoridades de saúde orientavam evitar escritórios, e home office virou norma, os coworkings assistiam suas finanças derreterem.

Segundo dados do Coworking Brasil, uma espécie de QuintoAndar de escritórios compartilhados, em 2019 existiam 1.497 negócios do tipo no Brasil. De acordo com a consultoria imobiliária Cushman & Wakefield, os coworkings saltaram de 53 mil m² ocupados, em 2015 por aqui, para 354 mil m² no ano passado.

Em julho, segundo um estudo do Coworking Brasil, 90% dos negócios do ramo haviam perdido mais de 15% da receita. Destes, 40% tiveram prejuízo de mais de 75% nos três meses anteriores e 23 espaços faliram de vez.

Essas empresas tiveram de reduzir drasticamente as despesas. Além de suspender jornadas e salários de funcionários e renegociar contratos, também abdicaram de algumas benesses famosas nesses escritórios, como frutas, snacks, garrafinhas de água, etc.

Sinal de melhora?

Com o afrouxamento da quarentena em diversas regiões do Brasil, muitos escritórios compartilhados estão voltando às atividades e revertendo parte do prejuízo. De acordo com o mesmo estudo do Coworking Brasil, em abril, 73% dos escritórios estavam parcialmente ou completamente fechados. Em julho, o número caiu para 43%.

Mas, se o auge da crise ficou para trás, isso não quer dizer que as coisas tenham voltado aos patamares de antes do coronavírus. Primeiro, porque muitas pessoas ainda estão receosas em retornar aos escritórios enquanto não houver uma vacina. Segundo que, para voltar com as atividades presenciais, as empresas de coworking estão tendo de investir pesado para garantir a segurança e diminuir o risco de contágio.

E como a crise é a mãe das oportunidades, já começam a surgir coworkings que não são escritórios, mas cozinhas (para restaurante que só faz delivery) ou consultórios médicos.

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