Não faz muito tempo que surgiram comentários jocosos nas redes sociais porque Alexandra Grant, namorada de Keanu Reeves, se apresentava em público com os cabelos grisalhos. Este não foi um fato isolado. Enquanto George Clooney e Steve Carell, assim como a grande maioria dos homens, são elogiados pelos fios brancos ou grisalhos, as mulheres sã cerceadas do direito de aparentar envelhecimento.
Em meio a tantos destemperos provocados pelo isolamento social ensejado pela pandemia do coronavírus, um inusitado rito de empoderamento feminino encontrou nos tais cabelos grisalhos uma razão de ser.
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Depois da equiparidade salarial e do orgasmo, chegou a vez das mulheres reclamarem o direito de exibir seus fios grisalhos. "Você fica menos ansiosa para agradar, mais desembaraçada e ganha nova perspectiva sobre a sua rotina", explica Nilza Mirtes, que aos 52 anos resolveu não pintar mais o cabelo.
A decisão de Nilza se deu em meio a esse período tão delicado da humanidade em que a sociedade se viu obrigada a se confinar e muitas pessoas não tiveram outra alternativa a não ser conviver consigo mesmas.
Essa não é uma tendência verificada apenas no Brasil. É global e ratifica o status de mais um rito de empoderamento feminino. A empresária inglesa Lolly Streek disse ao Huffington Post que começou a ter fios grisalhos aos 30 anos e, como nunca gostou de pintar o cabelo, simplesmente os arrancava. Aos 50 ela percebeu que estava sendo boba, nas próprias palavras. "Meus cabelos grisalhos estão mais volumosos e fortes do que nunca".
A americana Martha Truslow Smith mantém Instagram ( @grombe ) que é "uma celebração do fenômeno natural do cabelo grisalho". O perfil tem mais de 206 mil seguidores.
Nilza acredita que ainda haverá um período de estranhamento e certa resistência, mas duvida que seja apenas uma bolha. "Acho que veremos cada vez mais mulheres de cabelos grisalhos quando tudo isso passar".