É inegável que o setor cultural é um dos mais afeados pela pandemia de coronavírus. A paralisação foi total. Desde as estruturas produtivas ao consumo. Artistas da música improvisaram com as lives e patrocínios e o cinema começa a reagir com alternativas para manter a sobrevivência durante a crise econômica ensejada pela COVID-19.
Uma dessas iniciativas é o drive-in, modelo de cinema em grandes campos abertos e com telas gigantes que caiu em desuso. Nos EUA, a frequência dos 456 drive-ins ainda em funcionamento viram frequência e faturamento aumentar em mais de 300% desde abril.
No Brasil, começam a abrir alguns drive-ins. Brasília, Rio de Janeiro e Praia Grande, no litoral de São Paulo, já ostentam cases bem sucedidos. Nese fim de semana, o Memorial da América Latina, na capital paulista, inaugura um drive-in que promete matar a saudade dos paulistanos da tela grande.
A Cinemark, maior exibidora em operação no mundo, emitiu parecer interno em que prevê que o funcionamento normal dos cinemas ao redor do mundo só deve se reestabelecer em meados de 2022.
Enquanto isso, estúdios e produtores de TV e cinema discutem alternativas de retomar a produção sem colocar em risco os profissionais. A expectativa é que essa retomada se dê ainda em junho.
Outras estratégias
Os grandes lançamentos como "Viúva Negra", "Mulan", "Um Lugar Silencioso - Parte II", "Mulher Maravilha 1984", entre outros, permanecem adiados, mas os filmes que não são blockbusters precisam ser lançados até mesmo para mitigar o prejuízo de estúdios e produtores.
Nesse contexto, alguns estúdios estão lançados produções direto no on demand. A Universal fez isso com "A Caça" e "Emma", a Warner com "O Caminho de Volta". A Sony, que lançou "Bloodshoot" no fim de semana que a pandemia eclodiu no Brasil, também disponibilizou o filme on demand poucos dias depois.
Distribuidoras independentes fizeram diferente. Criaram o Cinema Virtual, uma plataforma em que é possível comprar o ingresso de filmes que seriam exibidos normalmente nos cinemas e garantir a sessão por 72 horas. É uma plataforma de streaming temporária e que visa exibir esses filmes inéditos como se estivesse em um cinema. Há, naturalmente, predomínio de produções europeias e indies americanos. Conheça mais sobre o serviço aqui .
É mesmo o streaming que mais está capitalizando neste momento de turbulência no audiovisual. A Netflix, em especial, viu suas ações dispararem e se tornar a empresa mais valiosa do entretenimento. O Prime Video ganha assinantes em velocidade impressionante (aumentou sua presença na publicidade brasileira) e deve contribuir para o fato de Jeff Bezos se tornar o 1º trilionário do mundo.
Pesquisa revelada em maio demonstra que o streaming cresceu 30% na fatia do mercado brasileiro durante a pandemia e a audiência cresceu cerca de 20%. São números bastante animadores para o setor e que precipitam uma mudança de comportamento que já estava em curso. A chamada guerra dos streamings, que tem no cinema e na TV tradicional, danos colaterais.