Livros sobre o período da escravidão no Brasil
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Livros sobre o período da escravidão no Brasil

O dia 13 de maio é uma data emblemática na história do Brasil, marcando o fim oficial da escravidão no país em 1888, com a assinatura da Lei Áurea. Para compreender a complexidade desse período e suas reverberações na sociedade brasileira contemporânea, apresentamos cinco livros que oferecem perspectivas diversas sobre esse capítulo sombrio da história brasileira, destacando suas nuances e impactos.

O livro " Escravidão – Volume 1: Do primeiro leilão de cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares ", de Laurentino Gomes, aborda a escravidão no Brasil, destacando-o como o maior território escravista do hemisfério ocidental. Com cerca de 5 milhões de cativos africanos chegando ao país ao longo de três séculos e meio, o Brasil hoje abriga a maior população negra do mundo, com exceção apenas da Nigéria. A obra, fruto de seis anos de pesquisa e viagens por 12 países e três continentes, analisa a importância da escravidão na formação da identidade nacional brasileira. O texto, impactante e rigorosamente documentado, explora o período em que o Brasil resistiu ao fim do tráfico de pessoas, sendo o último país do Novo Mundo a abolir a escravidão, em 1888.

O livro " A Escravidão no Brasil ", escrito por Jaime Pinsky, oferece um relato objetivo e ágil, sustentado por uma sólida documentação, sobre os principais aspectos históricos da escravidão no país. Em sua abordagem, o autor discute temas cruciais, como o tráfico de pessoas negras, a rotina dos cativos no trabalho e na senzala, suas vidas sexuais e as formas de resistência contra a opressão. Pinsky desafia a visão romantizada de certos historiadores, que sugerem relações harmoniosas entre senhores e pessoas escravizadas, revelando, ao contrário, a crueldade inerente à instituição da escravidão e seu impacto perverso na formação da sociedade brasileira. Com mais de 80 mil exemplares vendidos, o livro se destaca como uma contribuição significativa para o entendimento da história e das consequências desse período sombrio na trajetória do Brasil.

" As Cores da Escravidão " narra a história de Tonho, um garoto que busca uma vida melhor, inspirado pelas histórias de sua avó. Convence seu amigo João a seguir um gato, um recrutador de trabalhadores, em busca de oportunidades. No entanto, a realidade que encontram é cruel e desoladora, revelando uma narrativa sobre a perda da inocência, sonhos desfeitos e uma infância marcada pela escravidão. Apesar disso, a história também aborda temas de esperança, compaixão, amizade e amor, destacando a resiliência humana mesmo nas circunstâncias mais adversas.

" Um Defeito de Cor " narra a extraordinária saga de Kehinde, uma mulher negra que, aos oito anos, é sequestrada no Reino do Daomé (atual Benin) e levada para ser escravizada na Ilha de Itaparica, na Bahia. Através das lentes de Kehinde, o livro detalha sua captura, sua vida como escravizada, seus amores, desilusões, sofrimentos e suas jornadas em busca de um de seus filhos e de sua religiosidade. A narrativa também destaca sua conquista da carta de alforria e sua posterior ascensão como empresária bem-sucedida, apesar das adversidades enfrentadas. Inspirada em Luísa Mahin, uma figura histórica que, segundo a tradição, foi mãe do poeta Luís Gama e participou da Revolta dos Malês, Kehinde se torna um símbolo de resiliência, determinação e superação em meio às injustiças da escravidão e da luta pela liberdade. O livro recebeu o Prêmio Casa de las Américas e foi reconhecido como uma obra importante para compreender a história do Brasil.

Por fim, " A Abolição ", escrito por Emilia Viotti da Costa, uma renomada historiadora brasileira, oferece uma síntese do processo de emancipação das pessoas escravizadas no Brasil. Além de uma narrativa acessível, o livro proporciona informações precisas e análises cuidadosas, cumprindo o compromisso da historiadora de apresentar uma história de alto nível. A obra destaca-se por sua capacidade de oferecer uma compreensão profunda e detalhada do movimento abolicionista e das complexidades envolvidas na luta pela libertação dos escravos no país.

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