Livros de autores indígenas
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Livros de autores indígenas

Explorar obras escritas por autores indígenas oferece uma oportunidade única de mergulhar em narrativas fascinantes que refletem suas visões de mundo, tradições, e experiências. Por isso, no Dia dos Povos Indígenas, selecionamos 5 livros onde podemos não apenas apreciar a riqueza das histórias contadas, mas também reconhecer a importância de ampliar a representatividade e o respeito pelos povos indígenas em nossa sociedade. Vamos explorar essas obras que nos convidam a conhecer e valorizar a riqueza cultural dos povos originários do Brasil, não só hoje, mas o ano todo.

Tekoa - Conhecendo uma aldeia indígena ”, escrito por Olívio Jekupé, conta a história de Carlos, um garoto urbano que decide passar suas férias em uma aldeia indígena. A narrativa, conduzida pelo autor, um descendente do povo tupi-guarani engajado na causa indígena, destaca a experiência transformadora de Carlos ao conviver com os indígenas. O livro oferece uma oportunidade valiosa para os leitores explorarem as raízes indígenas do Brasil, fundamentais para nossa identidade étnica. O autor observa a forma singular como os guaranis expressam gratidão e fé, destacando a alegria e a ausência de tristeza na comunidade. A descrição da vivência na casa de reza, o opy, ressalta a sensação de felicidade de Carlos, mesmo não compartilhando a mesma religião. 

No livro " A primeira estrela que vejo é a estrela do meu desejo e outras histórias indígenas de amor ", o autor Daniel Mundukuru apresenta cinco histórias: "A estrela das águas", "Candiê-Cuei", "Só o amor é tão forte", "A primeira estrela que vejo é a estrela do meu desejo" e "O perfume enlouquecedor" - que ele descreve como destinadas a serem lidas com o coração. Essas narrativas indígenas não só permitem o resgate de histórias afetivas para os leitores, mas também destacam a importância do amor em nossas vidas. Mundukuru reflete sobre as relações humanas, observando que o amor é central em todas elas, seja no Ocidente ou no Oriente, pois as pessoas buscam formas de viver bem enquanto estão vivas. Ele estende essa reflexão aos povos indígenas, ressaltando que o amor possui uma dimensão social fundamental, podendo abranger não apenas indivíduos, mas também comunidades inteiras. 

O livro “ O povo pataxó e suas histórias ” é escrito por cinco professores indígenas da aldeia em Carmésia, Minas Gerais, e destaca as ricas narrativas sobre a vida, costumes, crenças e lutas pela sobrevivência desse grupo. Ele aborda temas como caça, natureza, liderança, cura e tradições, com ilustrações feitas pelos próprios professores, o que realça sua autenticidade. O objetivo declarado é desenvolver um currículo único para as escolas indígenas, baseado em suas próprias reflexões e tradições, mas também esperam que o livro contribua para o entendimento da verdadeira história do país, tanto nas escolas indígenas quanto não indígenas. 

No livro “ Ideias para adiar o fim do mundo ”, Ailton Krenak, primeiro indígena eleito imortal da Academia Brasileira de Letras e líder indígena nascido no Vale do Rio Doce, uma região impactada pela mineração, crítica a concepção de humanidade que separa as pessoas da natureza, argumentando que essa visão contribui para o desastre ambiental do Antropoceno. Ele enfatiza a resistência indígena à ideia de igualdade entre todos e defende o reconhecimento da diversidade e a rejeição da supremacia humana sobre outros seres como essenciais para repensar nossas vidas e deter nossa destruição. Krenak lamenta a falta de sentido na vida contemporânea e a intolerância em relação àqueles que ainda valorizam a vida e a conexão com a natureza. Ele enfatiza a importância de contar histórias como forma de adiar o fim do mundo. 

Em “ Outras tantas histórias indígenas de origem das coisas e do universo ” o autor do livro , Daniel Munduruku, reconta quatro histórias indígenas que abordam a origem do fogo pelos povos Tariano e Bororo, do Universo pelo povo Aruá e da origem do povo Kaiapó, originários de diferentes regiões do Brasil. Ele destaca que essas narrativas refletem um diálogo entre natureza e cultura, enraizado na história humana. Munduruku convida os leitores a mergulhar nessas histórias, que revelam como os povos indígenas brasileiros desenvolveram seus próprios caminhos culturais, enfrentando erros e acertos ao longo de suas jornadas. 

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