Abrapa e Abiove somam aos esforços de estabelecer uma média nacional para a pegada de carbono da cotonicultura no país, enquanto acordo com a Cooperalfa visa fortalecer a cadeia sustentável da soja
SÃO PAULO , 29 de novembro de 2024 /PRNewswire/ -- Meses após ser alçada ao posto de maior exportadora do mundo, a cotonicultura nacional acaba também de dar um passo importante rumo à descarbonização de sua cadeia. Produtores brasileiros de algodão tiveram, de forma pioneira, a mensuração de sua pegada de carbono realizada a partir de dados primários graças à Footprint PRO Carbono — calculadora desenvolvida para as particularidades do sistema agrícola brasileiro pela Bayer e Embrapa — e à parceria estratégica com a Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão).
O cálculo foi feito com dados de produtores de soja do Mato Grosso , já integrantes do programa PRO Carbono Commodities, que também plantam algodão representando uma área de aproximadamente 77 mil hectares — e é a primeira pegada da cultura do algodão calculada no país. Ela marca a evolução da calculadora Footprint PRO Carbono, cujos primeiros módulos foram apresentados em maio de 2023 e liderada pela pesquisadora Marília Folegatti, da Embrapa Meio Ambiente. Agora, a ferramenta, que utiliza metodologia internacionalmente reconhecida de Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) para quantificar emissões e medir a pegada de carbono dos cultivos de soja e milho, passa a integrar também a cultura do algodão.
Utilizando dados primários dos cotonicultores parceiros a pegada de carbono mensurada pela Footprint PRO Carbono para a pluma do algodão é de 329 kg CO₂ eq/t (quilogramas de dióxido de carbono equivalente por tonelada de algodão), com potencial de redução de até 32% no estado, baseado na performance de alguns dos talhões usados no cálculo.
"Este é um ponto de partida para entendermos a dinâmica das emissões no cultivo do algodão, o impacto de intervenções e as particularidades entre regiões, contribuindo para estabelecer uma média nacional para a cultura. Assim, junto a agricultores e parceiros, estamos desenvolvendo soluções para escalar a agricultura regenerativa e endereçar os principais desafios do ecossistema de carbono no Brasil", afirma Marina Menin , diretora do Negócio de Carbono da Bayer para a América Latina.
Junta-se a esta cooperação técnica entre Bayer, Embrapa e Abrapa, a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais). Trata-se do plano de trabalho para ajudar a criar uma referência típica nacional da pegada de carbono na cadeia do algodão , algo inédito no mercado brasileiro. A iniciativa busca detalhar os perfis ambientais do algodão e seus derivados (pluma, óleo e biodiesel), com referência nacional da pegada e entender as particularidades de cada região, com dados de agricultores do MT e incluindo agricultores dos estados da Bahia e Goiás nesta fase inicial.
"O resultado esperado da cooperação técnica é gerar referências nacionais confiáveis de emissões de gases de efeito estufa para melhor posicionar a fibra e o óleo de algodão no mercado, incluindo no Renovabio. Temos a convicção que a eficiência produtiva do sistema brasileiro de algodão será refletida nos números." Alexandre Schenkel , presidente da Abrapa.
"Acreditamos no potencial de crescimento da cadeia produtiva do algodão e a ABIOVE tem a satisfação de participar dessa cooperação técnica que ressaltará os atributos ambientais dos produtos dessa agroindústria que contribui para a produção de alimentos, rações, fibras e bioenergia" destacou André Nassar, presidente da ABIOVE.
Mensuração de carbono da cadeia de soja
A Cooperalfa , uma das maiores processadoras de grãos de Santa Catarina , com cerca de 22 mil famílias associadas, terá seus grãos de soja mensurados com a pegada de carbono calculada pelada Footprint PRO Carbono. Na primeira fase, que terá início em 2025, participam cerca de 5.000 hectares de cultivo de soja no estado.
Este é um importante passo para agregar valor às commodities de baixa emissão de carbono e rastreáveis, afirma Antônio Everaldo, gerente-executivo do Negócio de Carbono da Bayer para a América Latina. "A ideia é acompanhar a pegada de carbono em toda a cadeia, chegando o mais próximo possível do que está na mesa do consumidor, visando reduzir ao máximo o impacto durante o ciclo produtivo, e recomendando intervenções para reduzir das emissões de gases de efeito estufa. Com a calculadora, será possível medir o impacto desde os cooperados, até a indústria."
Na sojicultura, a média nacional da pegada de carbono em bases internacionais é de 1.526 kg CO₂ eq/t, patamar superior aos 643 kg CO₂ eq/t mensurados a partir de dados primários com a Footprint PRO Carbono, na Safra Verão 2023/2024. Ainda é possível chegar a 383 kg CO₂ eq/t, com um plano de intervenção de melhorias de práticas agrícolas.
"Esta iniciativa é um ponto de virada para a sojicultura catarinense. Nosso principal objetivo é promover uma atividade sustentável e um produto com pegada de carbono. Em breve, esperamos expandir a mensuração para mais associados, cobrindo maior área plantada", pontua Cládis Jorge Furlanetto , vice-presidente da Cooperalfa. Ao ampliar sua participação no setor e em vários elos da cadeia, a Bayer colabora para evidenciar a sustentabilidade da agricultura brasileira.
Inovação para estimular acúmulo de carbono em solo
Participantes do evento acompanharam a primeira demonstração do Modelo Preditivo PRO Carbono . Anunciada na última edição do Carbon Science Talks, a ferramenta, em fase final de desenvolvimento, é uma parceria da Bayer com a Embrapa Agricultura Digital. A previsão é que ela passe a ser disponibilizada a partir do próximo ano no portfólio de serviços PRO Carbono.
Encabeçado pelo pesquisador Luis Gustavo Barioni , da Embrapa, o modelo simula a dinâmica do aporte e da decomposição do carbono no solo para diversas culturas agrícolas, a partir da adoção de práticas de agricultura conservacionista, considerando as características únicas do solo e clima brasileiro. Um dos objetivos da solução é reduzir o número de análises de solo e consequentemente os custos para medições do estoque de carbono, sem prejuízo à precisão das estimativas, impulsionando projetos de remoção de carbono futuramente em larga escala na agricultura tropical.
Reconhecimento
Um dos pilares para impulsionar o avanço da agricultura tropical é aliar a construção de ferramentas e metodologias adaptadas à nossa realidade com o respaldo e o reconhecimento internacional. Para garantir credibilidade e ampliar o impacto das iniciativas, é fundamental que essas soluções sejam validadas por padrões globais e pela comunidade científica. "Nos últimos quatro anos, temos trabalhado ativamente com diferentes padrões, certificações e grupos de trabalho internacionais, buscando influenciar processos de contabilidade e certificação para torná-los compatíveis com as especificidades da nossa realidade tropical, além de é claro validar as ferramentas e modelos que estamos construindo." acrescenta Renata Ferreira , líder de Desenvolvimento de Novos Negócios do Negócio de Carbono da Bayer para a América Latina.
Para que o agronegócio brasileiro explore seu potencial na mitigação climática e no mercado de carbono, é fundamental que certificações reconheçam as peculiaridades tropicais e ajustem protocolos de forma inclusiva, sem perder o rigor científico, considerando as diversas regiões do mundo e realidades do setor. O Programa de Escopo 3 (S3S, ou Scope 3 Standard Program) da Verra, líder mundial em padrões de ação climática e desenvolvimento sustentável, marca um avanço com o Brasil contribuindo pela primeira vez para a adaptação e teste do Verified Carbon Standard (VCS) Metodology VM0042 Improved Agricultural Land Management para a contabilização corporativa de emissões, compartilhando ciência nacional e aprendizados de projetos de larga escala, como o PRO Carbono. "Estamos muito felizes da Bayer estar entre as quatro empresas selecionadas para o programa da Verra, sendo a única do setor agrícola no Brasil. Colaboração está em nosso DNA e participar deste piloto nos permitirá ampliar e expandir nosso impacto, enquanto atendemos a uma demanda significativa do mercado por reduções certificadas da pegada de GEE ao longo da cadeia de valor agrícola", acrescenta Renata. O trabalho ainda será submetido a consultas públicas e outras validações.
A terceira edição do Carbon Science Talks foi organizada pela Bayer em Campinas (SP), entre 26 e 27 de novembro, para compartilhar e discutir os mais recentes avanços na ciência para a agricultura tropical e o mercado de carbono. O evento reuniu pesquisadores, especialistas, consultores, empresas e parceiros do setor para consolidação do conhecimento adquirido em soluções práticas e escaláveis desenvolvidas nos últimos anos pelo PRO Carbono — marca do negócio de carbono da Bayer — junto à Embrapa e outros experts.
Sobre a Bayer
A Bayer é uma empresa global com competências essenciais nas ciências da vida nos setores de agronegócios e saúde. Seus produtos e serviços são projetados para ajudar as pessoas e o planeta a prosperar, apoiando os esforços para superar os principais desafios apresentados por uma população global em crescimento e envelhecimento. A Bayer está comprometida em impulsionar o desenvolvimento sustentável e gerar um impacto positivo em seus negócios. Ao mesmo tempo, o Grupo pretende aumentar o seu poder de ganho e criar valor através da inovação e do crescimento. A marca Bayer representa confiança, confiabilidade e qualidade. O Brasil é a segunda maior operação da companhia no mundo.
Declarações prospectivas
Este comunicado pode conter declarações prospectivas baseadas nas previsões atuais da equipe executiva da Bayer. Diversos riscos, incertezas e outros fatores, conhecidos ou desconhecidos, podem gerar diferenças materiais entre os reais e futuros resultados, situações financeiras, desenvolvimentos e desempenhos da empresa e as estimativas apresentadas aqui. Esses fatores incluem aqueles discutidos nos relatórios públicos da Bayer, disponíveis no site da empresa . A companhia se isenta de qualquer responsabilidade pela atualização destas declarações prospectivas e pela precisão de eventos e desenvolvimentos futuros.
Sobre a Abiove
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) foi fundada em 11 de junho de 1981 e tem como objetivo principal representar as indústrias de óleos vegetais, defendendo a agregação de valor e a promoção de seus processos industriais e produtos: grãos, óleo e farelo de soja e biodiesel. A entidade atua para fomentar um ambiente regulatório em conformidade para a competitividade do setor, cooperando com políticas do poder público, desenvolvendo programas de sustentabilidade para a cadeia produtiva, promovendo produtos brasileiros no exterior e gerando estatísticas e estudos que apoiam estratégias setoriais e seus associados.
Atualmente a ABIOVE conta com 20 associadas. São empresas que se dedicam à industrialização e ou à comercialização internacional de oleaginosas e seus coprodutos. A soja é a principal oleaginosa do país e a mais importante cultura agrícola em valor de produção, abastecendo o mercado interno com grãos, óleo comestível e biodiesel, bem como com o farelo utilizado na alimentação animal. Vale destacar que o complexo brasileiro da soja contribui decisivamente para a balança comercial via exportação, respondendo por mais de 50% do grão e quase 30% do farelo comercializados mundialmente.
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FONTE Bayer