Em alta, Felipe Neto se reafirma como fenômeno polarizador em país mais sectário

Influenciador se reinventou, passou a faturar mais e agora é mais levado a sério do que nunca

Foto: divulgação
Felipe Neto está no auge ou ainda há mais para conquistar?

Ele faturou R$ 30 milhões em 2019 e diferentes fontes indicam que seus ganhos mensais giram em torno de R$ 500 mil, embora oficialmente não haja um valor posto. Felipe Neto sempre foi um influenciador conhecido, mas de dois anos para cá ele se tornou uma importante - e polêmica - voz em quase todo debate público e cultural que se deu no país.

Muita gente se surpreendeu quando o youtuber brasileiro apareceu em um vídeo do New York Times dizendo para os americanos - e para o mundo - que a atuação de Trump no combate à pandemia não era pior que a de Jair Bolsonaro. Parte da reinvenção de Felipe Neto como infuenciador, mais alinhado a pautas sociais e preocupado em fomentar conscientização, passa pela oposição ferrenha ao presidente do Brasil.

Antes conhecido por piadas e brinaceiras carregadas de preconceito, o influenciador conseguiu não só bancar uma reinvenção absoluta, ampliar seu público como virou protagonista do debate político. Ergue-se contra o prefeito do Rio Marcelo Crivella quando este censurou uma HQ com beijo gay na Bienal e vive provocando famosos, políticos e todo tipo de organização por causas como racismo, feminismo, violência, etc.

O ímpeto tem gerado controvérsias. A polêmica, bem sabe Felipe Neto, como atestam um punhado de livros , alguns de sua própria autoria, sempre rende. Fenômeno da comunicação, o influenciador surfa uma onda que talvez não fosse possível se o país não estivesse tão fracionado, tão sectário. 

Ao buscar o antagonismo absoluto contra Bolsonaro, Felipe Neto  reiteradamente provocou polêmicas nas redes sociais, como quando conclamou famosos a se posicionarem "contra o facismo". Embora seu gesto tenha rendido críticas de algumas personalidades, lhe valeu um convite para participar do programa "Roda Viva", da TV Cultura.

Episódio semelhante aconteceu ao cobrar Neymar que se posicionasse contra o racismo. A tática "morde e assopra" não é estranha a seu inimigo declarado, Bolsonaro. O youtuber nega er aspirações políticas, mas não se furta a participar do jogo ciente do poder de mobilização que ostenta.

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